domingo, 7 de novembro de 2010

Kelly 10x Slater

Sem adjetivos ou números, a unica coisa que eu realmente quero dizer é que acertar uma dessas não precisa dizer
mais nada!








quarta-feira, 3 de novembro de 2010

E lá vai-se um ícone...

... Andy Irons. Nome esse que se impõe para todos os amantes do surf.
Foi com muita tristeza que abri os sítios de mídia especializada e me deparei com o seu falecimento. Foi como se um grande amigo tivesse partido, tamanha referência dentro desse esporte que carregamos conosco...

É como esses casos de amor e ódio, com pessoas que de alguma forma são importantes pra gente. Lembro-me de uma chave final no WCT da Viula há alguns anos, em que toda a torcida era para a derrota de Irons para Nathan "Coringa" Hedge, cujo feito dava naquele momento o sétimo título mundial para Slater. Como eu torcia para a sua derrota, como fiquei feliz ao vê-lo sair da água contornando a praia para evitar a multidão que comemorava mais um feito do maior de todos.

Isso mostra a importância desse ícone para o surf, que dessa condição se liberta para agora tornar-se uma lenda.

Além dos fãs, dos amigos, da família, da esposa já no final da gestação...


Fique com Deus!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Andy já deixa saudades

Do que se faz uma lenda? Seus resultados? Sua imagem? Seu carisma? Sua ousadia? Sua liderança ou a sua lembrança? De vida ou de morte?


Lendas são aquelas histórias que nos contavam quando criança daquilo que um dia aconteceu, era muito estranho e até parecia ser um absurdo, ou seja, não tinha o menor cabimento. Mas existiu e poucos tiveram a oportunidade de presenciar.

O feriado de finados não poderia ter final mais marcante depois de quatro dias de altas ondas no litoral sul de Santa Catarina em meio aos amigos se não fosse o anúncio da morte precoce do havaiano Andy Irons aos 32 anos.

A.I. estreou no tour em 1998 e já em 2002 deu início aos três títulos mundiais vencidos na sequência: 2002, 2003 e 2004. Mais do que qualquer outro surfista pôde ter feito - A.I. parou Kelly Slater, o maior de todos os tempos. Nos anos seguintes Andy acalmou-se e até perdeu um pouco a fama de rebelde, mas com isso também perdeu a motivação e decaiu a sua performance, segurou enquanto podia e pediu pra Billabong pra dar um tempo, abandonando o tour de 2008. Após um ano sem competir, Irons volta com tudo pro tour de 2010 renovado, focado e com seu surf power atualizado, no que seria o ano do retorno de uma lenda viva, com uma esposa linda grávida de oito meses, vem a falecer vítima da dengue hemorrágica em um quarto de hotel em Dallas, Texas.


A breve e intensa vida de Andy me faz voltar um pouco no tempo e lembrar de quando consegui acessar aqui mesmo na internet as baterias ao vivo do WCT (atual WT) direto do Tahiti por volta de 2001, 2002. Contei pra todos meus amigos e pra ser sincero não lembro de quem surfava naquele dia, mas a partir de então as revistas mensais e as breves reportagens mesmo nos recém-lançados sites especializados não eram mais suficientes para suprir a vontade de ver os prós surfarem.

O espetáculo do surfe - antes tido como um esporte para desocupados - se transformava nesse início de século XXI numa grande atração com receita pronta: palcos perfeitos , as estrelas , muito dinheiro em jogo e claro, a rivalidade dos melhores criada e divulgada pela mídia.

Andy não entrou no Tour para passar despercebido, e logo passou a protagonista. Apoiado sempre pelo irmão mais novo, Bruce e por todos os nativos do North Shore, sempre a frente foi em frente e parou Kelly Slater em 2002, quando Slater ainda se acostumava novamente depois de três anos fora do circuito. Poderia ter sido a famosa "cagada" e para Slater mais um daqueles que surgem e somem do mapa, mas não. Vence novamente 2003 com uma final épica sobre Slater em um mar clássico de Pipe e questinam-se: Surge a dinastia Irons? 2004 seria e foi a confirmação de uma preparação físico-mental do havaiano que comemorou seu terceiro caneco depois de uma combinação de resultados na Praia da Vila, aqui em Santa Catarina...


Após 2004 Andy mantém o brilho para vencer duas etapas do The Search, uma delas em ondas clássicas de um secret no México (considerada o melhor evento de todos os tempos pelas condições das ondas) e as bombas do gelado surf chileno, ambos, eventos itinerantes da Rip Curl, que coincidência ou não ocorre neste momento trágico.


Hoje, as ondas do mundo acordaram sem pressão, cinzas, pequenas e irregulares. Enquanto o North Shore chora a morte do seu ilustre e respeitado local, a comunidade do surfe se pergunta como isso pode acontecer, onde, quando... Quando? O tempo, o melhor remédio de todos se encarregará de nos lembrar lá na frente desse cara havaiano que venceu o WCT 3x seguidas, a Tríplice Coroa 4x, impôs o surf power sem não perder a fluidez e flexibilidade, voou mais alto e entubou mais fundo e sem dúvida, fez tremer as pernas de Slater quando não parecia ter mais adversários a altura. Saiu, descansou, voltou melhor do que nunca e venceu sua etapa predileta: Tahiti... Parece uma história sem cabimento, não?

Andy diria que não e completaria, afinal, lendas são aquelas histórias que nos contavam quando criança daquilo que um dia aconteceu, era muito estranho e até parecia ser um absurdo...

Em seu último filme I surf because... A.I. finaliza: "I surf because I'm always a better person when I come in"!! Ele tava muito certo!!!! Valeu Andy, por todas as ondas!